01. Comente a respeito do item 5.3.4 (página 70 em diante, considerando a formação das lagoas em nossa região).
Os lagos são corpos d’água
interiores sem comunicação direta com o mar e suas águas oceânicas. Os lagos
não são elementos permanentes das paisagens da Terra, pois eles são fenômenos
de curta durabilidade na escala geológica, portanto surgem e desaparecem no
decorrer do tempo.
A formação das lagoas
pode ser de várias maneiras, um exemplo é a formação dos lagoas pela dissolução de rochas ou erosão, que são resultantes do acúmulo de água em
depressões formadas devido à solubilização de rochas calcárias, de cloreto de
sódio ou de sulfato de cálcio. O agente
solubilizador ou de erosão pó ser a água
da chuva, água subterrânea ou ambas. Estas rochas normalmente ocorrem em
regiões nas quais predominam um clima mais quente do que o atual.
02. Qual o significados das expressões limnologia, ictiologia, plâncton,
nécton, bênton, "à montante" e "à jusante"? (Use outras fontes de
pesquisa, se for o caso.)
LIMNOLOGIA: A
Limnologia é o estudo das reações funcionais e produtividade das comunidades
bióticas de lagos, rios, reservatórios e região costeira em relação aos
parâmetros físicos, químicos e bióticos ambientais, ou seja, é uma parte de
hidrologia (ciência que estuda a água) que se ocupa em estudar os corpos de
águas continentais ou interiores, isto é, a água encontrada fora do litoral,
mais para o interior, como os rios, os lagos (que são de água doce, pois não
estão em contato com a água do mar, enquanto que as lagoas, por estarem sempre
em contato com o mar, são salgadas), os lençóis subterrâneos (aqüíferos ou
lençóis freáticos), águas de cavernas e etc.
ICTIOLOGIA: A área da
zoologia
dedicada ao estudo dos peixes é conhecida como ictiologia,
originada no período paelolítico, tendo vários avanços
significativos com o passar do tempo. Está associada à biologia
marinha, que estuda os ecossistemas
de água salgada, à limnologia, estudo das comunidades bióticas de
água doce, e à oceanologia, uma ciência multidisciplinar que estuda os oceanos
sob os aspectos físico, químico, biológico e geológico.
PLÂNCTON: O Plâncton
é formado por organismos uni ou pluricelulares, em sua grande maioria
microscópica, que flutuam com pouca capacidade
de locomoção nos oceanos e mares, na superfície de águas salobras,
doces ou lagos. Alguns invertebrados, as medusas e o Krill
são exemplos de plânctons macroscópicos, ou seja, podem ser vistos a olho
nu. O plâncton é a base da cadeia alimentar do ecossistema
aquático. Plâncton é uma palavra de origem grega (plagktós), que
significa errante. O fato dos plânctons não terem um efetivo poder de
locomoção, ou seja, de flutuarem à deriva pelas águas, portanto de forma
“errante”, justifica seu nome.
NÉCTON: Compreende o conjunto dos seres que nadam
livremente, deslocando-se por atividade própria, vencendo a correnteza. O
nécton abrange peixes (tubarões, robalos, tainhas, sardinhas, etc.), répteis,
como a tartaruga, e inúmeros mamíferos (baleia, focas, golfinhos, etc.), entre
outros animais.
BÊNTON: São o conjunto de seres que vivem fixos ou se arrastam no
fundo do mar. Enfim, são os seres que pouco se afastam do fundo. Muitas algas,
esponjas, ouriços-do-mar são exemplos de
representantes de seres bentônicos.
MONTANTE e JUSANTE: Jusante
e montante são lugares referencias de um rio pela visão de um observador. A
jusante é o lado para onde se dirige a corrente de água e montante é a
parte onde nasce o rio. Por, isso se diz que a foz de um rio é o ponto mais a
jusante deste rio, e a nascente é o seu ponto mais a montante.
03. Considere os efeitos negativos dos grandes lagos artificiais (páginas 91 e 92).
a) Escolha três dos efeitos citados e comente a respeito deles.
Efeitos sobre o clima
A represa exercer efeitos antagônicos sobre o
clima, ou mais especificamente, sobre a umidade relativa do ar, dependendo da
densidade da cobertura vegetal existente na área inundada. Em áreas desérticas,
a grande superfície da água criada pelo represamento permite maior evaporação e
aumento da umidade relativa do ar. Em zonas de densa cobertura vegetal,
entretanto, ocorre o contrário. A superfície livre da evaporação do lago é
forçosamente menor que a soma da superfície das folhas através das quais se dá
a transpiração vegetal, havendo conseqüentemente, decréscimo da umidade
relativa. Esse fato pode trazer conseqüências graves para a ecologia local,
principalmente no caso de grandes represas construídas em áreas de mata muito
exuberante, como é o caso do Itaipu, por exemplo.
Eutrofização
A eutrofização é uma
reação em cadeia, de causas e efeitos característicos, que têm como resultado
final a quebra do equilíbrio ecológico, pois passa a haver mais produção de
matéria orgânica do que o sistema é capaz de decompor. Esse desequilíbrio
ecológico é acompanhado de mudanças radicais no metabolismo de todo o sistema.
Pode-se dizer que, de um modo geral, a
eutrofização acelera os processos metabólicos de um lago, devido a
superfertilização, principalmente com Nitrogênio e Fósforo. Essa
superfertilização possibilita o aumento da biomassa de algas, macrófitas
aquáticas, e o aumento de matéria orgânica no sedimento.
Alterações geológicas
O represamento de rios,
atingindo extensas áreas, tem causado por vezes alterações nas formações
geológicas. Budweg (1972) ressalta que, durante a Primeira Semana Paulista de
Geologia Aplicada, em 1969, parte dos debates foi dedicada ao fenômeno e, desde
então, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da USP, e a Associação
Paulista de Geologia Aplicada vêm estudando o assunto. Essa pesquisa
possibilitou concluir que:
-
Em várias
partes do mundo a formação de grandes reservatórios artificiais causou
terremotos de intensidades leves e médias, em regiões consideradas livres de
atividades sísmicas;
-
Os abalos sísmicos se restringiram à zona imediata de
implantação da barragem e do reservatório, sem causar abalos nas regiões mais distantes;
-
Os abalos foram causados pela adaptação das formações
geológicas da área do reservatório, às pressões hidrostáticas elevadas e às
condições pela infiltração da água;
-
Não se podem generalizar as causas, nem prever, por
enquanto, de uma de uma maneira geral, a eventual ocorrência do fenômeno, como consequência
da presença de determinadas formações geológicas.
b) Procure identificar algum outro efeito não citado e comente a respeito dele.
Efeito sobre a paisagem
Os lagos artificiais dão
uma imagem nova e diferente à paisagem, mesmo quando o desmatamento é feito com
cuidado, no local abrangido pela faixa de oscilamento do nível do reservatório,
sempre permanece o aspecto de uma natureza morta. Às vezes, as novas margens se
tornam pantanosas, podendo constituir em focos de vetores de doenças endêmicas.
Esse é o caso, por exemplo, da represa Billings, em São Paulo, que, desde a sua
inundação até por volta de 1940, apresentava focos de malária.
04. Comente a respeito das três regiões (compartimentos) indicadas na figura 6.1.
Região Litorânea
A região litorânea corresponde ao compartimento do lago que está em
contato direto como ecossistema terrestre adjacente, sendo, portanto.
influenciado diretamente por ele. Pode-seconsiderar este compartimento uma
região de transição (ecótono) entre o ecossistema terrestre eo lacustre. Por
esta razão, trata-se de um compartimento com grande número de nichosecológicos
e cadeias alimentares, tanto de herbivoria na qual a fonte de energia é a
biomassavegetal viva, como de detrito que tem como fonte de energia a biomassa
morta. Pode-seconsiderar esta última como a principal responsável pelo fluxo de
energia neste compartimento,no qual participam inúmeros invertebrados
aquáticos. Dentre estes, destacam-se várias espéciesde oligoquetas, moluscos,
crustáceos e insetos. Estes últimos desempenham papel maisrelevante na cadeia
de detritos quando na fase larvar.
A região litorânea apresenta todos os níveis
tróficos de um ecossistema: produtoresprimários,
consumidores e decompositores. Assim, esta região pode ser considerada como umcompartimento “autônomo” dentro do ecossistema
aquático. Neste compartimento acolonização
por macroalgas, briófitos, pteridófitos e plantas superiores (macrófitas
aquáticas) éa sua principal
característica. A base desta cadeia, os detritos, tem sua origemprincipalmente da biomassa morta de macrófitas
aquáticas. Em alguns lagos, folhasprovenientes
das adjacências, especialmente da vegetação circundante, podem desempenharimportante papel na formação de detritos na região
litorânea.Os invertebrados que vivem na
região litorânea podem apresentar várias adaptações àvida aquática. Por exemplo: alguns hemípteros
acumulam ar sob os hemi-élitros (diticídeos);
alguns coleópteros acumulam ar embaixo do corpo (hidrofilídeos). Este ar
armazenado éutilizado na respiração destes organismos. Muitas pupas e larvas de
insetos perfuram a epidermedas macrófitas aquáticas para retirar oxigênio do
parênquima aerífero destas plantas.Deve-se ressaltar que em muitos ecossistemas
lacustres a região litorânea é poucodesenvolvida ou mesmo ausente, como é o
caso da maioria dos lagos de origem vulcânica erepresas. A região litorânea
subdivide-se em eu-litoral e sublitoral.
Região Limnética ou Pelágica
Ao contrário da região litorânea, a região límnética é encontrada em
quase todos osecossistemas aquáticos. Suas comunidades características são o
plâncton e o nécton. Acomunidade planctônica é constituída por bactérias, algas
uni e pluricelulares (fitoplâncton) einvertebrados (zooplâncton), que se
caracterizam pela capacidade de flutuar na água . Alguns invertebrados como crustáceos
são capazes de nadarativamente, fato este que os auxilia significativamente na
realização de migrações verticais.Certamente a alta viscosidade da água
desempenhou importante papel na evolução dacomunidade planctônica.Pode-se
considerar a capacidade de flutuação na água como a principal condição para
aexistência do plâncton. Para flutuar, o plâncton deveria ter densidade igual à
da água. Contudo,a densidade da maioria destes organismos é superior a esta.
Assim, a flutuação do plâncton,especialmente do fitoplâncton, é, na realidade,
um afundamento vagaroso, exceção feita aosorganismos com movimentos próprios.Outra
comunidade típica da região pelágica é o nécton, que ao contrário do
plâncton,possui movimentos próprios, por isso pode ser freqüentemente
encontrado na região profunda.Em lagos, esta comunidade é formada quase que
exclusivamente por peixes.
Região
Profunda
Esta região é caracterizada pela ausência de organismos fotoautróftcos,
causada pela nãopenetração de luz e por ser uma região totalmente dependente da
produção de matéria orgânicana região litorânea e limnética. Sua comunidade, a
bentônica, é formada principalmente porinvertebrados aquáticos como:
oligoquetas (tubificídeos), crustáceos (ostrácodes), moluscos(gastrópodos e
bivalvos), larvas de insetos (quironomídeos, efemerópteros, odonata, etc.) (verCap. 23).A diversidade e a densidade populacional dos organismos bentônicos
depende, emprimeiro lugar, da quantidade de alimento disponível e da
concentração de oxigênio da água.